As palavras de um ultimo ADEUS.

Apenas quero dizer uma vez mais, isto se ainda lês o que para ti vou escrevendo, será esta a última carta que te vou escrever, torna-se necessário que o faça para ficares a saber o que tenho de novo para te dizer. Lembra-te que não me interessa saber se vais ou não dar importância, acho porém, que seria justo da minha parte contar-te, que podes ter a certeza que eu nunca irei esquecer-te meu amor. Levas um pedaço da minha alma para sempre, porque tu és eterna. Tenho que deixar-te partir da minha vida, não te posso obrigar a ficar, mesmo que ainda não saiba o verdadeiro motivo, apenas tenho que aceitar, se disser que foi ou está a ser fácil, seria a maior mentira que diria em toda a minha vida.
Esta mais um dia chuvoso para que os meus pensamentos destilem na minha cabeça, quase imperceptível, mas com uma pureza e de única verdade. Hoje poderei escrever, que estou só, não numa solidão de ausência de pessoas ou de mim, mas uma solidão que ao ver a chuva cair, faz com que pense em ti, aliás, penso em ti todos os dias, todas as horas e a todos os momentos, vejo-te a andar na rua na minha direcção com um sorriso doce, um brilho no olhar, e cigarro na mão. É estranho mas até sinto falta de quando “ralhavas” comigo, hoje eu sei que era para o meu bem. Melhor que tudo era a tua presença, a tua simples companhia bastava para aquecer a minha alma e inundar o meu espírito de alegria. Agora a chuva cai com mais intensidade, o vidro enche-se com milhares de gotas, não deixando lá fora o Mundo visível, o Mundo lá fora também há muito que não me interessa, eras tu que davas sentido à minha vida, tu eras o meu Mundo, a minha feia! Continuo a escrever-te porque a atmosfera que me envolve vai de encontro ao meu estado de espírito e apenas este papel é capaz de entender, que acompanha o correr dos meus pensamentos. Sempre fui muito sensível a escrever, tu sabes, mais ainda quando o motivo da escrita eras tu, aliás, se hoje escrevo foi pelo motivo de me teres incentivado, por isso contínuo a escreve-te onde quer que estejas, enquanto as minhas forças permitirem, eu irei escrever-te. Agora que não estás, mais ainda, só a escrever consigo preencher o vazio que deixaste. Procurei motivos teus e meus para encontrar a razão e não encontrei uma que fundamentasse o que aconteceu, entre outras que possam ter surgido, em nenhuma reconheci a sua veracidade. Foram inúmeras as tentativas para levar-te para o Mundo dos esquecimentos, sempre acreditando que aquela seria a altura certa para esquecer-te, largar, matar todo o amor sentido por ti. Acontece que a esperança e o amor juntos sempre venceram, e não seriam necessárias muitas horas para voltar a acreditar no sonho que mantive bem aceso de um dia juntos pudéssemos viver uma vida como sempre desejei e acredito que tu também o desejaste. Os planos que juntos traçamos, todos os objectivos , todos os nossos sonhos, a nossa cumplicidadeinesquecível, serás para sempre a minha feia, dure dias ou anos, não penses que te condeno pela tua partida, muito menos quero que fiques com a ideia que o meu amor por ti se transformou em ódio ou raiva, não, claro que não, não transformei esse amor em sentimentos opostos. Apenas quero que te sintas bem com esta carta que te escrevo, vives dentro de mim, por tudo o que representas-te de bem e de mau também, penso que sempre tiveste medo quando falava deste amor por ti. Tiveste medo de confiar, acreditar ou apostar nesta relação que poderia vir a ser eterna na minha opinião isso revela uma tremenda insegurança da tua parte, demonstrada pelas vezes que dissemos um ao outro para cada um seguir o seu caminho e horas mais tarde estávamos de novo juntos, insegurança essa mais que revelada na forma como decidiste sair da minha vida, ao não teres sido capaz de apresentar um motivo ou a coragem para dizer adeus. Não tenho dúvidas, que se o tivesses feito, tinha sido mais fácil esquecer-te. E aos poucos, com o passar do Tempo, meu jardim interno se torna mais e mais insuficiente para combater a miséria que fora me cerca e me cega, impiedosamente. Não me deixas dormir e me fazes sonhar, sonhar acordado com tanta emoção, pintando lágrimas de felicidade e a suspiros de emoção, quero-te ter sentada no banco a meu lado do 206, de olhar sonhador e alma transparente. Quando eu não estiver mais aqui, as flores crescerão normalmente, os pássaros voarão e nem notaras a minha ausência, seguiras o teu caminho feliz e eu terei somente uma certeza, de que estive lado a lado contigo e fui feliz. Intocável e sincero é este amor tão nobre e belo. Para terminar, não utilizarei mais a palavra “nós”, porque naquele dia !!! passámos a ser Eu e tu. Para ti desejo do fundo do coração que sejas imensamente feliz. Peço ainda que me perdoes todo o mal que possa ter causado, o que quanto a mim, perdoei-me e perdoei também os teus erros. Desejo que ames muito nesta vida, em primeiro lugar que ames a ti própria e só assim conseguirás amar os outros, uma vida sem amor é como um rio sem peixes. Darei continuidade à minha vida. Se amanhã eu não vier, não penses que o fiz porque quis. Muito menos porque seria o melhor para nós, definitivamente, esta não seria a nossa melhor solução, mas se amanhã eu não vier, lembra-te do homem que tu bem conheceste. Lembra-te do menino que sorriu por diversas vezes ao teu lado, e até chorou contigo muitas vezes. Lembra-te daquele que perdia o sono quando sonhava que te perdia. Não lembres somente daquele que te escreveu esta carta, sem ao menos dar um beijo antes de ir. Não, isso é tudo o que eu menos quero, queria que te recordes daquele que dividiu segredos contigo e não se sentiu mais fraco por isso, ao contrário, ficou ainda mais forte. Pensa no menino que disse baixinho feia amo-te e que enfrentou sempre tudo e todos para provar que o que dizia era verdade. Não penses que parti por ser covarde, não, isso não foi com toda a certeza. Talvez tenha que partir para poder voltar um dia, mais forte e mais completo. Preferi deixar-te esta carta para que te lembres dos momentos que dividimos, dos sonhos, das confissões feitas entre tantos carinhos, irei olhar-te por entre os olhares nas calçadas das cidades, irei ver-te em cada centímetro de mim mesmo. lembrar-se dos sorrisos e dos risos, das piadas que ninguém mais entendia, só nos, do modo como conversávamos, do modo carinhoso como chamava-nos um ao outro, daquele olhar que brilhava quando te via chegar a estação de comboios.

PS: Embebedei-me para te esquecer, mas agora vejo-te a dobrar! Em que ficamos?







Tenho saudades tuas Feia, saudades dos nossos momentos, momentos bons e dos maus também. Tenho saudades das nossas conversas sem pé nem cabeça, saudades das nossas discussões. Tenho saudades dos nossos passeios, da nossa vida nada parecida, do teu sorriso quando falavas algo engraçado, da tua cara de ódio, quando mesmo sem querer eu te irritava. Tenho saudades dos planos que fizemos, dos nossos sonhos impossíveis que na nossa vida planeamos juntos construir. Tenho saudades de tudo que se realizou e de tudo que não se realizou.
Tenho saudades da nossa dependência um do outro, da nossa forma de esquecer o mundo quando estávamos juntos, da nossa maneira simples de ver a vida, vida que não foi nada simples.
Tenho saudades de estar contigo, simplesmente por estar. Tenho saudades de tua amizade, da tua força e de tua confiança em mim, em nós. Tenho saudades da tua voz, do teu carinho, da tua paixão, do teu desejo, das tuas loucuras, da tua inteligência, do teu talento. Saudades de ti quando estavas comigo. Saudades de mim quando estava contigo. 
Saudades de mim, de ti, saudades de nós...