Tenho Verdade misturada às lágrimas que se me escapam sinceras dos olhos cansados, não entendo o Mundo a minha volta e me sinto cada vez mais desprotegido. Agarro-me a alguns poucos amores, há memorias tuas pequenota feia para não me deixar levar pelas águas fortes do dilúvio eterno em que o viver se transformou.
Mas eu não estou preocupado com o mundo, hoje estou preocupado é em me entender. Há lá fora um dia de nuvens carregadas de frio e muita solidão, hoje eu quero apenas isso: não te dizer nada e dormir leve, com a sensação de ter dito, calar será uma forma de dizer e de me absolver ao mesmo tempo? Gosto de não violar estes espaços que existem entre o que se fez palavra e o que restou sendo intenção-escrita. Comunico melhor assim quando há espaço para o não-verbal acontecer em plenitude. Hoje vim da festa da verborreia e preciso agora de descansar a alma, num não-dizer sem prazo para terminar. Ausências são necessárias para que o mais essencial em mim não se esgote, gosto do licor dos deuses no conta-gotas sem pressa de um viver maior. Penso erroneamente que não vem tão somente para me aguçar a alegria e a saciedade de quando ela, finalmente, regateira, vier para me dar o seu abraço, e que esse riso de gozo seja tão intenso quanto o silencioso no momento em que falarmos.
Oásis de loucos, oferendas divinas, num cantar sem acordes dos mais puros anjos à espera da aurora do pleno saber que só acontece em silêncio, crescendo como uma delicada onda, dentro de mim. Inevitável chorar lágrimas invisíveis e silenciosas, que não cessam de escorrer para dentro de mim, numa megalomania das mais poéticas, nós, que somos tão pequeninos e insignificantes para a "grande engrenagem que é a vida", queremos comportar a Vida toda e seus infinitos mistérios em nossos diminutos, sonhadores e pretensiosos corações.
Recordações presentes em questões levantadas hoje, se já compartilhamos sorrisos e lágrimas, mas, sobretudo, risadas e cumplicidades. Nesta viagem onde tudo é permitido, busco as respostas para tudo que me é externo no pequeno e limitado espaço do meu próprio pensar/sentir/viver numa era de sonho onde o anjo és tu, neste pequeno coração que transporto existe ainda o bom sentimento presente na rocha em baixo relevo, esse que carrega largos sorrisos, lágrimas partilhadas, lágrimas divididas, momentos de uma força única, apenas momentos que agora de uma forma lúdicas te apressas apagar, será que foram meramente ilusões, criação da minha mente? As coisas voam com o vento, tanto as temos na palma da mão como de um momento para o outro já não resta nada .
E numa língua de terra que invade esta espécie de ser humano ao recordar o vosso esquecimento, daqueles que apenas as imagens satélite podem revelar em um desenhar de silhuetas nos últimos raios de sol, em uma viagem ao nosso interior com uma vontade de espreguiçar sentimentos perdidos no salão, com uma atmosfera étnica da imensidão de um oceano. uma verdadeira pista de aterragem ao prazer, protegida com uma esqueci de véu que tapa e mostra de uma forma nua o que apenas o imaginário consegue ver quando os olhos se fecham, a tua imagem amiga não me importa o passado, o presente, ou o futuro só gravo este lema para que saibas um dia fostes importante na minha vida. Vou partir, distanciar-me, mas independentemente de tudo deixo o grande beijo para a pequenota feia, que me provou ser rainha, ao possuir um grande coração e me ter ajudado a crescer, brilhar, perdurar.
Pequena amiga, que conquistes muito brevemente entre os pequenos anjos, novos amigos com quem lentamente compartilhes a tua doce companhia. Imagina uma parede branca. Uma parede totalmente branca, pois é nela que te quero retratar. Pego levemente no pincel e escolho delicadamente as cores que irei usar. Opto por começar pelo amarelo, cor essa que me faz lembrar o sol, calor, verão e acima de tudo alegria. De seguida, escolho o azul. Azul faz-me lembrar o mar, a sua calma, tranquilidade e bem-estar que transmite, e tu és como o mar, precisas de sua presença. Nesta parede branca, que aos pouco se transforma colorida, viva e animada, vi-te, sinto que nela te pintei. Te retrato até ao mais ínfimo detalhe, mesmo não tendo lá desenhado nada em concreto. És uma mistura de cores, és alguém que toca, que marca, que mexe.Vou te confessar uma coisa as coisas voam com o vento, tanto as temos na palma da mão como de um momento para o outro já não resta nada.
Amigos duram e deixam sua marca em nossas páginas, escritas a tinta, como prova. Amigos deixam carinho, deixam lembranças e deixam especial SAUDADE.E é com ela que fecho esta porta: de mãos dadas com a senhora SAUDADE, o meu agradecimento, de coração, a esta pequenota feia que preencheu capítulos tão preciosos de minha vida.
Conta comigo para o que for necessário.
Até sempre!
