
.Recordo-me perfeitamente de quando surgiu a minha paixão pela escrita, e pelos livros, tinha nove anos estava no final do quarto ano, estava um dia péssimo, chuvoso e com muito vento, estava no meu cantinho no meu espaço, não conseguia parar de pensar nela, por mais que tentasse, não conseguia tirar sua imagem da minha cabeça, recordo-me de pegar num lápis, e de perder o controlo do pulso, o controlo do corpo e de escrever com paixão, inocência, com alma. Focado na imagem dela que teimava em permanecer na minha cabeça, mas escrevia directamente do coração para o papel sem pensar na lógica como se uma força tivesse tomado conta do meu corpo. Terminando de escrever sentia um ardor forte no pulso, mas um sentimento de paz, harmonia, sentia-me leve, uma sensação, que nunca conseguirei comparar, a algo existente. Guardei o livro que tinha escrito, como se de o meu coração se trata-se. Passado uns meses, nas ferias de Verão, mais precisamente no mês de Junho fui de viagem, para França para casa dos meus padrinhos, onde passei as ferias ansioso por voltar para vê-la, e lhe entregar o livro, como prova que estaríamos eternamente ligados um ao outro. Cheguei, no dia trinta e um de Julho, quando cheguei à casa a primeira coisa que fiz foi ir a casa dela para estar com ela, para podê-la abraçar, pois aqueles dois meses, teriam parecido uma eternidade, trazia-lhe um urso de peluche mesmo muito grande, para me desculpar de não ter passado as ferias com ela. Mas ela não estava deixei-o com a mãe dela. Voltei para casa, pois estava exausto da viagem, recordo-me vagamente de os meus pais irem trabalhar a noite, para a fabrica, e eu como de costume, não fugindo a regra, vim ter com os meus amigos e la estava ela, linda em casa do primo, que era meu vizinho, eu aproximei-me deles, mas achei estranho, pois sentia distante, de mim, mas não toquei no assunto, juntei-me a eles na conversa, mas sempre a espera que ela olhasse só para mim e me abraçasse. Estava com muita vontade de lhe dizer AMO-TE mais que tudo na vida, sem ti não consigo viver, mas no momento deixei o inconsciente orgulho ferido falar mais alto e fui evitando-a, algo que me arrependo de nunca lhe ter dito nesse momento AMO-TE, não sei o que poderia ter acontecido, mas não ficaria com este sentimento de ter fraquejado, com o decorrer do tempo, nos íamos afastando, um pouco a cada dia. Acabam as ferias, começam as aulas entramos para o básico, para turmas separadas, e a cada dia que passava perdíamos algo de nos, mas questiono-me se perdemos mesmo este sincero amor, pois passado todos estes anos ainda perdura no pensamento a troca de olhares, troca de sorrisos, que perduraram eternamente. Mas com tudo que se passava nunca tive a oportunidade de lhe entregar o livro que lhe pertencia, pois era a minha recordação dela, algo que ninguém poderia tirar de mim, era o nosso momento. Prometi a mim mesmo que guardaria esse livro como símbolo do meu maior e puro amor, e guardo-o ate hoje, até quando morrer. Foi a partir destes acontecimentos que fui ganhando paixão pelos livros.