03/05/2010

É tanta dor que até a luz se apagou! Agora me permite morrer nas tuas mentiras...É o ponto final depois da lágrima.

11:38 horas
Então é o fim? Ficamos lado a lado, em lados opostos, rostos virados! Meu mergulho ao esquecimento, penso no último momento como eu queria ser mais forte. Segundos a teu lado, valeu e valerá para uma vida inteira! E  hoje eu já não sei como é estar sem a primordial e derradeira presença que me faz continuar sem nunca desistir, somente lutar. Pela pessoa tão-só verdadeira que faz tudo ao redor ter mais encanto, e quem eu amo tanto, tanto, tanto que entreguei a vida a essa menina. Amiga, irmã, confidente, tudo. Então eu digo neste instante mudo. O clemens, pia, dulciso! Já me trancaste a tua porta, não me feches a tua janela! Não há mais coração em meu peito porque nele está o espaço para te aninhar em meu colo. Só que meu céu está no chão, meus pés estão sem chão. É isso! E meu coração, na tua mão. Caiu? Partiu-se?  Sim na escadaria que subi de joelhos, em penitência, na busca da redenção do teu abraço. Tu és o meu norte, minha sorte, me fizeste perder o medo da morte. És meu jardim, meu oceano sem fim, meu céu estrelado espelhado nos olhos e no sorriso. Tudo de que preciso. És o meu lugar, é onde quero estar.
 O livro se fecha, flores murchas, olhos vazios, coração frio, silêncio de não me conseguir ouvir. 
Queria escrever algo que estivesse à altura ou à baixeza dos acontecimentos, mas foi-se o tempo em que eu ia até as extremidades: hoje me equilibro, a contragosto, na linha que divide o sim e o não.
Sofrer em praça pública nunca foi do meu feitio. Mas acontece, em ruas mal iluminadas, no corpo barbaramente retalhado, em exageros, desterros, desesperos. De noites que não se encerram, de afetos cristalizados sem desesperos, idéias sensatas até. De náuseas, agressões, escuridão, e mentira, tão-somente mentiras. Da insistência, da desistência, de uma coisa nem outra, ou tudo junto, não faz diferença. Mas o ódio persiste. O sol é frio, o suor é frio, o olhar é frio. O estômago infectado revira cheio de vermes, a fúria mais antiga escapa feito lágrima ácida dos olhos infernais de tanta mágoa. Que o céu desabe, que o chão se abra. 
As árvores já morreram, a cidade é só ruína de corações de pedra e poeira, acordo de madrugada, ainda nem eram quatro horas, perdi a memória das cores,  perdida no meio do caminho da tua partida! Não adianta fechar as portas, não adianta apagar a luz. Já estou preso a ela, parece já estar dentro de mim. Sou seu eterno prisioneiro, e a angústia me consome. Tira-me todas as forças, me consome a existência. A espera é interminável, morro só de imaginar. Aqui não existe paz, aqui não existe perdão. Não há tempo para o amor, não há tempo para ninguém. Ausência de esperança, desespero, nenhum sentido ou sentimento num raio de existências perfiladas. Miríade dos olhares que acusam e recusam, mentiras e teorias, culpas e desculpas enganos ridículos e grandes perversidades. Sobretudo medo. Pesar. Já sei de tudo. Não quero conhecer mais ninguém. Já vivi muitas verdades. Agora me permite morrer nas tuas mentiras.
O tempo já se extinguiu, o perdão envelheceu. Nada resta além desta chuva que cai em desespero. A todos que amei e fingi amar, peço desculpa. 
Enganei a todos por tanto tempo que até eu devo ter acreditado. É a essência da mentira, não? Acreditar na mitomania. Apaixonei-me de mentira, fiz apaixonarem-se por mim de verdade. Enganei pessoas escrevendo, trabalhando, vivendo como filho, irmão, namorado, amigo. Fui uma farsa constante.
 Um embuste elevado a estado de arte. O que eu deveria fazer? Quem eu deveria ser? Limpo o suor nas vestes e espero o veredito que já sei qual é: culpado! Mereço. Só me resta a morte. A todos que enganei, peguem as pedras e me dilapidem, por favor!  Só não à nenhum Messias, para me salva nem haverá pois partis-te faz tempo, houve em tempos.
 Que venham as rochas que serão meu merecido túmulo sem piedade ou redenção. Crucificar. Sem túmulo vazio. Quem viver sangrará. O resto, que reste, que não preste. Não quero mais saber de tuas culpas e desculpas, infantilidades tão adultas que me deixam a ver navios que jamais saíram do cais arruinado, que jazem no fundo dos rios de água salgada que verte dos meus olhares. 




Quis dividir,
Mas não soube dosar
Peso demais
Pra um só carregar
Faça o que quer
Depois saiba lidar
Isso é crescer
São contas a pagar

( música PRA ONDE IR da Pitty)



......................escrevendo no papel de idiota no qual foi limpo o sangue sujo........................
03.00 horas final

1 comentário:

  1. Nunca somos fortes o suficiente para enfrentar a dura realidade da vida. Uns vêm e ficam, outros necessitam de voar para outros ramos. E isso é o que dói. Ver quem não queremos fugir-nos…mas a realidade é que nada é nosso eternamente.
    Resta-nos o lutar. Lutar por quem queremos, lutar por nós e lutar para permanecermos no lugar onde queremos estar, não desistir, pois temos o livro para escrever, livro esse que só finaliza quando não temos mais palavras, mais pensamentos, mais vivências para lá escrever.
    Vive, voa, ama, sorri, luta por ti.

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Acerca de mim

Tenho 21 anos......mas sei que por vezes ainda sou uma criança...não sou criança em tamanho...não sou criança fisicamente...mas por vezes sei que sou criança...nas discussões imaturas...nos pensamentos imaturos...!Quem não é criança?Todos...novos, velhos...têm uma criança dentro de si...... quando faço birras...é a criançinha em que me torno que o faz!Quando alguém me prega uma partida...é a ingenuidade e a inocência que existe dentro de mim...Sei que dentro de mim...existe o lado bom...simbolizado pela criança...e o lado menos bom...que sou eu mesmo em fase adulta...!O ciúme por ex. se não há motivos...por que é que o cérebro teima em brincar com o coração?A falta de sensibilidade em certas ocasiões...a falta de paciência...a arrogãncia...nada disto existe numa criança...apenas quando atinge a fase adulta... Falar sobre nós mesmo é sempre difícil...sou uma pessoa com qualidades e defeitos como qualquer outro(quem me conhece pode falar melhor)... Bem, mas fazendo um exercício especulativo, diria que o Micael é basicamente um homem de forte carácter, de princípios e valores bem definidos, um homem de fé, altruísta, amigo do seu amigo que alguns dizem ser o melhor amigo que alguém pode desejar ter! Com uma personalidade forte, determinado a conseguir sempre o que quer, mesmo que ninguém acredite nele quando o Mundo parece estar ao contrário ... é capaz de conseguir o que os outros consideram ser o "impossível", se achar que é esse o caminho que deve seguir... Honesto, corajoso, íntegro, intenso, magnético, profundo, perspicaz e intuitivo, enigmático, fiel até que a morte os separe, persistente, metódico e pragmático, mas capaz de provocar um certo mistério a seu respeito... É indiscutívelmente um sonhador e romântico incurável... bem disposto, divertido , e que "arranja" tempo para tudo o que gosta! :)

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