enlouqueces-me
maravilhas-me
atrapalhas-me
apaixonas-me
cegas-me
confundes-me.
Tu inspiras-me.
Quero tanto de ti e tão próximo que anseio que fosses o ar, o chão, as paredes, tudo.
Que tudo o que tocasse fossem os teus braços. Que tudo o que sentisse fossem os teus lábios.
Como quando fecho os olhos e tudo o que não vejo és tu. Como quando não durmo e tudo o que sonho és tu.
Contigo não consigo respirar. Sem ti não consigo viver.
Quero estar tão dentro de ti que nem a luz do dia exista para mim. Quero abraçar-te tanto que todo o mundo colapse e desapareça num pequeno ponto entre os meus braços.
Toca-me com as tuas mãos. Faz-me desaparecer com a tua pele. Sufoca-me na tua língua. Arrasta-me pelo ar com o teu perfume. Mata-me de vez.
Odeio-te porque existes. Odeio-te porque não estás aqui. Amo-te tanto.
De repente tomo consciência da tua ausência e faz-se noite. Porque não me respondes quando te falo? Porque não te sinto quando estendo o braço? Porque te escondes?
As palavras
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
As palavras
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
A atracção pelo abismo?
ResponderEliminarOu o desejo de chegar à outra margem?
Ou as duas coisas juntas.
Em qualquer caso vale a pena voar, ainda que o risco/benefício valha a pena ser avaliado. A menos que se trate de sentimentos, para os quais a escala de valores é sempre relativa.
Um interessante texto, até pelas nuances que dele se podem extrair. Gostei muito.