.. olha para mim! Vê o que me fazes, as marcas que deixas no meu corpo, e sobretudo tenta perceber as marcas que não se vêem e guardo dentro do meu coração.
Por chorar chorei, já soube quem sou agora não sei, serei metáfora de um livro que não permite a palavra? Serei a repetição esquecida num livro que não começa nem acaba? Serei as reticências de uma indecisão que provêm de uma escolha? Serei um livro escrito em apenas uma folha? Serei o que escrevi, ou apenas mais um poeta sonhador.
Pensei que gostasses de mim, juro que pensei. Mas agora penso, que a culpa é minha, eu sou o culpado por te...gostar demais. Angustiado, perdido assim estava, esperando por alguém que ansiava, que tirasse a última carta do uno, uma pessoa que não chegava. Assim estava, sem rumo no fundo, perdido no meu mundo, onde ninguém entrava nem que fosse para tirar o último trunfo, de um jogo viciante que me vicia assim que o tento compreender, que me agarra e me prende, de uma forma estranha do meu ser.
TU usas do jogo, e joga com cartas que não entendo, e eu vou vivendo, contradizendo o que vou vendo, porque sei sabendo que mesmo não querendo o que digo dizendo, meus olhos mostram que te desejo. É insaciável, no fundo é proibido, mas é também verdade quando dizem que este é o mais apetecido. Mas tu mereceste me, e lutas-te por mim, queria dizer o quanto te adoro, mas acabaste por desistir. Novamente culpo o coração. Porque será que apenas te tenho no sonho, confesso também sonhar acordado, confesso que meu olhar luta para o sonho se tornar numa realidade, numa realidade em que te sinta, em que te toque, e uma realidade em que sintas o mesmo, um dia, um momento, uma oportunidade de tornar o sonho numa realidade, não só para mim mas para nós os dois. Largar o frio da manha, para poder-me aquecer em tuas palavras, puder-me aconchegar em teu sorriso, uma oportunidade de estarmos tu e eu. Nesse momento, direi, acordei contigo a meu lado, e do sonho só me resta rir. Porque? Porque consegui retirar-te dele e trazer-te para a realidade, a minha realidade. Para ti agora o meu tudo é nada é como se a minha existência se resumisse apenas ao material que consigo obter. As pessoas não são objectos. Se existe algo nesta vida que me faça orgulhar de quem sou é aquilo que escrevo. Aquilo que dou. Aquilo que faço transformar em sentimentos através de simples palavras.
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