
Tenho medo de mim.
Medo do que significa tudo o que sinto, tudo o que me vai na alma.
A ansiedade já me domina.
O controlo fugiu-me, como um pássaro foge da gaiola. Não consigo encontrá-lo.
Tenho medo.
Medo dos olhares de lado. Da pena que vão sentir de mim.
Tenho medo.
Medo que a solidão me agarre de vez. E que jamais me liberte.
De que já não existam mãos para me serem dadas.
Tenho medo.
Medo do que digo. Medo do que não digo e do que fica por dizer.
Tenho medo.
Que esta fome de partilha jamais seja saciada.
Preciso.
Preciso que a minha sombra se torne mais consistente.
De querer ser.

De agarrar o colete salva-vidas que me extendem.
Mas não,
não consigo.
Quero, mas não consigo.
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