
A questão que queria levantar era esta: não se o pai natal existe, mas sim se deve existir... não que eu queira substituir o velho de barbas brancas, mas relativamente as crianças, será bom as fazer acreditar numa (mentira?) e depois passarem pelo desgosto de descobrir que o Sr. não existe. «E o que fazer quando as famílias têm tradições e ideias diferentes em relação ao pai natal, ou quando este compete com o menino Jesus, essa outra personagem, na disputa pelo bom da fita?»
A competição entre o pai natal, o menino Jesus e os Reis.
No entanto, mesmo sabendo tudo isto, é fundamental, para mim, sonhar, e que não sejam os adultos a desfazer esse sonhos e pensamentos felizes. Mesmo a chover a cântaros, deixem-me olhar pela janela e ver sol, se é sol que me apetece ver. Não me estraguem o dia me relembrando que azar dos azares nem guarda-chuva, eu trouxe.
Cada um acredita no que quer, e desde que não faça mal, a si próprio ou aos outros, não vem mal ao mundo nem é contraproducente. É bom acreditar em histórias de amor. É bom sentirmos paixão, mesmo que metade das paixões acabam em separações. É bom acreditar que o mundo pode ser bom mesmo que a televisão despeje para dentro da nossa sala a galeria de horrores.
Ao falarmos do pai natal as crianças que já sabem que o velho de barbas brancas não existe, mas estamos a relembrar sonhos doces, mais doces e saborosos que os doces de natal.
Pois enquanto houver um pai natal dentro de nos haverá também vontade de o ser, em termos de solidariedade de respeito, de graça, de gargalhada sonora de carinho, de sentido de protecção e de amparo para os mais frágeis e desfavorecidos de sentimento de dádiva e de altruísmo. O pai natal é o antídoto do narcisismo, do egoísmo e dos complexos de superioridade que fazem de muitas pessoas autênticos scrooges( mesquinhas e de mau humor)
Sem comentários:
Enviar um comentário