Perpetuam lembranças do passado
Gritos e gemidos... destemido,
Febre e suor nocturno!
Entre versos e prosas... trovas!
Gozar do submundo no escuro,
Cantarolar gemidos, destemido!
Aqui jazz, silencioso e surdo!
Outrora vivi,
Hoje apenas sobrevivo!
Mais uma manhã,
E eu aqui, acanhado!
Vejo o tempo,
Vejo versos,
Tudo se passa... no avesso... da lentidão!
De restos, só lembranças do tempo na contra mão!
Mas, foi na contra mão, que aqui me encontro,
Maltrapilho, cansado... rumo a minha doce solidão!
Não me peças para explicar.
Não expliques. Olha para a versão que vou fazer de mim mesmo sem música, a que te soa? Sou eu? Respondes-me que não.
Não consegues imaginar. Mas ainda és tu. Dizes-me tu. Sou eu sim, com uma lágrima que me percorre e morre no meu peito, tão vazio, tão fraco, tão oco...
Estou sem som. Sem música. Não sou eu. Mata-me sim, mas não pela música. Mantém-me nessa sonoridade, tão louca, tão diferente, do casual ao mais íntimo som, essa mesma nota sou eu. Destoada, tão cheia de múltiplos sons...
Olhos tristes, são os meus sem esta melodia. Aquela mesma que vi alguém cantar, aquela mesma que ouvi na rádio quando percorríamos o nosso mundo, aquela mesma que marcou aquele álbum, aquela que marcou a minha vida. Não me retires parte de mim. Não me tires a nossa banda sonora, muito menos
a banda sonora que corre nas minhas veias cheias de faixas marcantes e coloridas, são elas que gritam tanto de mim, são elas que me fazem percorrer o mundo. Grito-te com música pois é nela que tens tanto, mas tanto de mim. A pessoa que tens a teu lado e que contigo apenas quer ser feliz. Quero o nosso álbum. A nossa música.